quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Imperdível!!!!

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CEPECA (Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator, da ECA-USP)

com o apoio de LUME TEATRO - UNICAMP

convidam:

"Lembrança"

(um encontro com os atores do Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski)

MIECZYSLAW JANOWSKI e ANDRZEJ PALUCHIEWICZ

28/10 - Quinta-feira – das 10 `as 13h. Sala Alfredo Mesquita do Teatro Laboratório – CAC - ECA USP

Após a apresentação do filme do espetáculo O PRÍNCIPE CONSTANTE, os atores irão abordar o processo de construção do espetáculo e o trabalho de criação no Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski na sua fase teatral.

Os atores Iaw Janowski e Andrzej Paluchiewicz trabalharam com o
teatrólogo Jerzy Grotowski (1933-1999) no Teatro Laboratório, na
Polônia, na cidade de Wroclaw. Considerado um dos mentores do
teatro contemporâneo e de vanguarda, Grotowski criou técnicas
que revolucionaram o teatro do século XX, defendendo a busca de
um “teatro pobre”, que se concentra no trabalho do ator, dando
menor relevância ao cenário, figurino e iluminação.

Após dez anos de Teatro Laboratório, Janowski recebeu uma bolsa
para estudar em Paris, mas continuou atuando no Teatro Dramático
de Walbrzych e no Teatro Wspolczesny, em Wroclaw, na Polônia.
Entre 1962 e 1986, trabalhou em mais de 85 longas-metragens.
Atualmente, Janowski conduz projetos educacionais.

Paluchiewicz trabalhou com Grotowski por mais de uma década como
ator no Teatro Laboratório até o início da fase Parateatral de Grotowski. Também auxiliou Grotowski em seu livro “Em busca de um Teatro Pobre”, como autor de uma coleção exclusiva de fotos que documentam um longo período de trabalho do grupo.

Realização: CEPECA (CENTRO DE PESQUISA EM EXPERIMENTAÇÃO CÊNICA DO ATOR) – USP

Apoio: LUME – UNICAMP

Agradecimento: Magdalena Wielgosinska (tradutora)

Foto: Carlota Cafiero

Teatro Laboratório - Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 215 - Cidade Universitária - São Paulo

www.eca.usp.br/cepeca

ABERTO AO PÚBLICO – ENTRADA FRANCA

Paradise Now: The Living Theatre in Amerika DVD trailer

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Entre Divas e Senhoritas na Opsis

 

 
Entre Divas e SenhoritasPara quem ainda não viu e para quem quer assistir novamente,
o Teatro de Senhoritas apresenta

ENTRE DIVAS E SENHORITAS

com Isis Madi e Sandra Pestana
direção de Débora Zamarioli

Onde? Opsis Casa de Artes Dramáticas
            Rua Toledo Barbosa, 180 A - São Paulo/SP
            perto do metrô Belém
Quando? Amanhã - 16/10 às 20 horas
Quanto? 1 kg de alimento não perecível

Beijos
Débora

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http://teatrodesenhoritas.blogspot.com

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De uma palestra proferida por Grotowski no Festival de Teatro de Santo Arcangelo (Itália), em junho de 1988.

Método das ações físicas

Os atores pensavam poder organizar seu papel através das emoções e Stanislavski por muitos anos de sua vida pensou assim, de maneira emotiva. O velho Stanislavski descobriu verdades fundamentais e uma delas, essencial para o seu trabalho, é a de que a emoção é independente da vontade. Podemos tomar muitos exemplos da vida cotidiana. Não quero estar irritado com determinada situação mas estou. Quero amar uma pessoa mas não posso amá-la, me apaixono por uma pessoa contra a minha vontade, procuro a alegria e não acho, estou triste, não quero estar triste, mas estou. O que quer dizer tudo isso? Que as emoções são independentes da nossa vontade. Agora, podemos achar toda a força, toda a riqueza de emoções de um momento, também durante um ensaio, mas no dia seguinte isto não se apresenta porque as emoções são independentes da vontade. Esta é uma coisa realmente fundamental. Ao contrário, o que é que depende da nossa vontade? São as pequenas ações, pequenas nos elementos de comportamento, mas realmente as pequenas coisas - eu penso no canto dos olhos, a mão tem um certo ritmo, vejo minha mão com meus olhos, do lado dos meus olhos quando falo minha mão faz um certo ritmo, procuro concentrar-me e não olhar para o grande movimento de leques (referência às pessoas se abanando no auditório) e num certo ponto olho para certos rostos, isto é uma ação. Quando disse olho, identifico uma pessoa, não para vocês, mas para mim mesmo, porque eu a estou observando e me perguntando onde já a encontrei. Vejam a posição da cabeça e da mão mudou, porque fazemos sempre uma projeção da imagem no espaço; primeiro esta pessoa aqui, onde a encontrei, em qualquer lugar a encontrei, qualquer parte do espaço e agora capto o olhar de um outro que está interessado e entende que tudo isso são ações, são as pequenas ações que Stanislavski chamou de físicas. Para evitar a confusão com sentimento, deve ser formulável nas categorias físicas, para ser operativo. é nesse sentido que Stanislavski falou de ações físicas. Se pode dizer física justamente por indicar objetividade, quer dizer, que não é sugestivo, mas que se pode captar do exterior.

O que é preciso compreender logo, é o que não são ações físicas. As atividades não são ações físicas. As atividades no sentido de limpar o chão, lavar os pratos, fumar cachimbo, não são ações físicas, são atividades. Pessoas que pensam trabalhar sobre o método das ações físicas fazem sempre esta confusão. Muito freqüentemente o diretor que diz trabalhar segundo as ações físicas manda lavar pratos e o chão. Mas a atividade pode se transformar em ação física. Por exemplo, se vocês me colocarem uma pergunta muito embaraçosa, que é quase sempre a regra, eu tenho que ganhar tempo. Começo então a preparar meu cachimbo de maneira muito "sólida". Neste momento vira ação física, porque isto me serve neste momento. Estou realmente muito ocupado em preparar o cachimbo, acender o fogo, assim DEPOIS posso responder à pergunta.

Outra confusão relativa às ações físicas, a de que as ações físicas são gestos. Os atores normalmente fazem muitos gestos pensando que este é o mistério. Existem gestos profissionais - como os do padre. Sempre assim, muito sacramentais. Isto são gestos, não ações. São pessoas nas situações de vida. Pois sobretudo nas situações de tensão, que exigem resposta imediata, ou ao contrário em situações positivas, de amor, por exemplo, também aqui se exige uma resposta imediata, não se fazem gestos nessas situações, mesmo que pareçam ser gestos. O ator que representa Romeu de maneira banal fará um gesto amoroso, mas o verdadeiro Romeu vai procurar outra coisa; de fora pode dar a impressão de será mesma coisa, mas é completamente diferente. Através da pesquisa dessa coisa quente, existe como que uma ponte, um canal entre dois seres, que não é mais físico. Neste momento Julieta é amante ou talvez uma mãe. Também isto, de fora, dá a impressão de ser qualquer coisa de igual, parecida, mas a verdadeira reação é ação. O gesto do ator Romeu é artificial, é uma banalidade, um clichê ou simplesmente uma convenção, se representa a cara de amor assim. Vejam a mesma coisa com o cachimbo, que por si só é banal, transformando-a a partir do interior, através da intenção - nesta ponte viva, e a ação física não é mais um gesto.

O que é gesto se olharmos do exterior? Como reconhecer facilmente o gesto? O gesto é uma ação periférica do corpo, não nasce no interior do corpo, mas na periferia. Por exemplo, quando os camponeses cumprimentam as visitas, se são ainda ligados à vida tradicional, o movimento da mão começa dentro do corpo (Grotowski mostra), e os da cidade assim (mostra). Este é o gesto. Ação é alguma coisa mais, porque nasce no interior do corpo. Quase sempre o gesto encontra-se na periferia, nas "caras", nesta parte das mãos, nos pés, pois os gestos muito freqüentemente não se originam na coluna vertebral. As ações, ao contrário, estão radicadas na coluna vertebral e habitam o corpo. O gesto de amor do ator sairá daqui, mas a ação, mesmo se exteriormente parecer igual será diversa, começa ou de qualquer parte do corpo onde existe um plexo ou da coluna vertebral, aqui estará na periferia só o final da ação. é preciso compreender que há uma grande diferença entre Sintomas e Signos/Símbolos. Existem pequenos impulsos do corpo que são Sintomas. Não são realmente dependentes da vontade, pelo menos não são conscientes - por exemplo, quando alguém enrubesce, é um Sintoma, mas quando faz um Símbolo de estar nervoso, este é um Símbolo (bate com o cachimbo na mesa). Todo o Teatro Oriental é baseado sobre os Símbolos trabalhados. Muito freqüentemente na interpretação do ator estamos entre duas margens. Por exemplo, as pernas se movem quando estamos impacientes. Tudo isso está entre os Sintomas e Símbolos. Se isto é derivado e utilizado para um certo fim se transforma em uma ação.

Outra coisa é fazer a relação entre movimento e ação. O movimento, como na coreografia, não é ação física, mas cada ação física pode ser colocada em uma forma, em um ritmo, seria dizer que cada ação física, mesmo a mais simples, pode vir a ser uma estrutura, uma partícula de interpretação perfeitamente estruturada, organizada, ritmada. Do exterior, nos dois casos, estamos diante de uma coreografia. Mas no primeiro caso coreografia é somente movimento, e no segundo é o exterior de um ciclo de ações intencionais. Quer dizer que no segundo caso a coreografia é parida no fim, como a estruturação de reações na vida.